ABSTRACT
Os assistentes sociais na área da saúde enfrentaram um exigente desafio profissional durante a Pandemia de COVID-19 que teve repercussões multidimensionais. Os estudos com profissionais de saúde sobre Burnout e estratégias resilientes têm sido considerados relevantes e ganharam especial atenção pela sua posição na resposta à Pandemia. Aqui evidenciamos os riscos de Burnout e a potencial proteção do coping numa profissão que estabelece mediações na dimensão social da saúde e da doença. Tivemos como objetivo compreender o seu impacto nos assistentes sociais que trabalharam na área da saúde em Portugal e Espanha durante a primeira vaga, analisando os níveis de coping resiliente e de Burnout. Participaram 336 assistentes sociais de Portugal (n = 252) e de Espanha (n = 84). Apesar da percepção elevada de stressores multidimensionais (a nível pessoal, relacional, profissional e organizacional), os riscos de Burnout foram moderados a baixos. A predisposição para o burnout por despersonalização foi residual (1,8%), mas por baixa realização pessoal (18,8%) e por exaustão emocional (21,4%) foram mais elevados, no entanto a maioria não evidenciou risco de Burnout. Os níveis de coping resiliente apresentados perante a pandemia COVID-19 foram baixos (47%) ou moderados (29,8%), havendo 23,2% com níveis elevados. A agregação de Burnout e coping em três perfis de risco revela diferenças na percepção do receio de implicações em trabalhar com doentes, ao impacte sentido no trabalho e no apoio sentido na unidade de saúde. Devem ser promovidas estratégias de suporte e de resiliência que favoreçam o bem-estar psicossocial e profissional dos assistentes sociais na área da saúde, especialmente em emergência.
Healthcare social workers faced a demanding professional challenge during the COVID-19 pandemic, which had multidimensional repercussions. Studies with health professionals concerning Burnout and resilience strategies have been considered relevant and gained special attention for their position in the response to the pandemic. Here we highlight the risks of Burnout and the potential protection of coping strategies in a profession that mediates the social dimension of health and disease. We aimed to understand their impact on social workers who worked in the health field in Portugal and Spain during the first wave, analyzing the levels of resilience and burnout. 336 social workers from Portugal (n = 252) and Spain (n = 84) participated. Despite the high perception of multidimensional stressors (at a personal, relational, professional, and organizational level), burnout risks were moderate to low. The predisposition to burnout due to depersonalization was residual (1.8%), but that due to low personal accomplishment (18.8%) and emotional exhaustion (21.4%) were higher; however, the majority did not show any risk of Burnout. The levels of resilience demonstrated facing the COVID-19 Pandemic were low (47%) or moderate (29.8%), with 23.2% at high levels. The aggregation of Burnout and coping strategies into three risk profiles reveals differences in the perception of fear of implications in working with patients, the impact felt at work, and the support felt at the health unit. Support and resilience strategies that favor the psychosocial and professional well-being of healthcare social workers must be promoted, especially in emergencies.
